Segurança do Paraná e comitiva do Pará definem translado dos corpos e das pessoas feridas no acidente da 376 26/01/2021 - 22:50
O Secretário da Segurança Pública do Paraná (SESP), coronel Romulo Marinho Soares, o Diretor Geral da Polícia Científica do Paraná e o Coordenador Executivo da Defesa Civil do Paraná, coronel Adriano Mello, além de outros integrantes, reuniram-se, na tarde desta terça-feira (26/01), com três representantes da comitiva da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Pará, designados para as tratativas de assuntos relacionados às vítimas do acidente ocorrido nesta segunda-feira (25/01) na BR 376, km 668+10 em Guaratuba, no Paraná. Entre os assuntos discutidos estão a preparação e translado dos 19 corpos, além da remoção das 20 pessoas que tiveram ferimentos leves, para o Estado do Pará, no Norte do Brasil, de onde veio o ônibus que acidentou-se.
“O trabalho integrado é importante para organizar e dar celeridade neste processo, além de prestar contas do que está sendo feito no Paraná. Nós estamos consternados com aquele estado e acolhendo a comitiva para dar todo o apoio para levar os corpos e entregar para a famílias enlutadas”, falou o Secretário da Segurança do Paraná, coronel Marinho. “É um momento de dor e tristeza e a união de nossos esforços é para que se tenha agilidade nos processos”, completou.
Participaram da reunião pelo estado do Pará, o major Marco Rogério Scienza, representando a Secretaria da Segurança Pública do Pará (SEGUP), o major Bruno Pinto Freitas da Defesa Civil e a papiloscopista Rosilene de Oliveira Pereira. Eles também são responsáveis por fazer o contato e as tratativas com a empresa responsável pelo ônibus de turismo, além da seguradora, e também cuidarão do processo para o translado às famílias das vítimas.
“Dentro das tratativas com a empresa nós vamos buscar tudo aquilo que compete à seguradora e à própria empresa no suporte aos familiares, óbitos e possíveis danos que venham a ocorrer para tentar de maneira mais rápida e eficiente dar uma retaguarda para esses envolvidos no acidente, para que a participação tanto pública quanto privada ofereça uma melhor resposta sobre esse triste acidente”, explicou o major Scienza.
Além disso, na reunião foi analisada a logística para o translado, horários possíveis para o embarque, bem como quem seriam os passageiros, além dos corpos. Como o embarque estava condicionado à oitiva de algumas pessoas, o delegado responsável agilizou os processos enviando investigadores e escrivães em alguns locais para ouvir pessoas envolvidas e que precisariam viajar. Assim, será dada continuidade ao processo e a consequente conclusão do inquérito, em andamento na Delegacia de Delitos de Trânsito de Curitiba (DEDETRAN). A Sesp também fez um alinhamento logístico com a Infraero para garantir a privacidade e a segurança dos passageiros que seguirem ao Pará.
Participaram da reunião, o Secretário da Segurança Pública do Paraná, coronel Romulo Marinho Soares; o Assessor Militar da Sesp, coronel Adilson Luiz Correa dos Santos, o Coordenador Executivo da Defesa Civil do Paraná, coronel Adriano Mello; o Diretor da Polícia Científica do Paraná, Luiz Rodrigo Grochocki; o Diretor do Instituto Médico Legal (IML), André Ribeiro Langowiski; o Assessor da Polícia Científica na Sesp Ciro Pimenta, o diretor Administrativo do Instituto Médico Legal (IML), Paulo Coen, o integrante da Diretoria Geral da Sesp, major Ivan Fernandes, o Assessor Civil da Sesp, do Assessor Civil da Sesp delegado Vinicius Carvalho e a Coordenadora da Comissão de Identificação de Vítimas de Desastres em Massa (DVI), Patricia Doublas Cancelier.
PÓS REUNIÃO - O diretor-geral da Polícia Científica, Luiz Rodrigo Grochoki, levou ao prédio da instituição a comitiva da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Pará, para continuar as tratativas iniciadas na SESP sobre as liberações dos corpos e trâmites legais para o translado até o Norte do País. “Essa integração e cooperação interestadual, para nós, foi fundamental. Ela já faz parte do protocolo de atendimento a desastres, mas o espírito de colaboração e solidariedade entre os dois estados foi indispensável”, destacou.
O Assessor Militar da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Pará, major Marco Rogério Scienza, conversou com familiares e amigos das vítimas para demonstrar o apoio do estado paraense. A primeira medida será o translado dos corpos e o transporte de demais vítimas e familiares em um avião fretado do Aeroporto Interacional Afonso Pena para Belém do Paraná, voo que está previsto para ocorrer nesta quarta-feira (27/01). Além disso, foi providenciado pela Defesa Civil do Paraná acomodações para familiares e vítimas em um hotel para esta terça-feira até o momento do voo.
“Já estamos verificando as questões junto à seguradora quanto aos trâmites funerários e preparação funerária. Então, a partir do momento que a Polícia Científica deliberar que a vítima pode ser preparada, de imediato as funerárias entrarão em ação com o transporte e a retaguarda da funerária, para depois fazermos o transporte dos corpos e vítimas para o Pará”, explicou.
O major agradeceu o empenho da Segurança Pública do Paraná, desde o atendimento no local do acidente até a emissão de laudos e exames de forma rápida. “O know-how da administração de grandes eventos que o Paraná possui foi primordial no atendimento a uma ocorrência grande como essa, com grande número de vítimas. Isso permitiu com que o Estado do Pará, dentro de um tempo muito rápido, se organizasse para cruzar do extremo Norte do Brasil e vir operar em consonância com esse trabalho de excelência”, acrescentou.
SOBREVIVENTES - Dos sobreviventes que estão no estado de Santa Catarina, apenas uma mulher, de 35 anos, será trazida para Curitiba, pelo Corpo de Bombeiros do Paraná, e seguirá viagem ao estado do Pará, por meio do voo fretado. Junto com ela, em Garuva (SC), em um abrigo, estavam outras quatro pessoas que decidiram não voltar ao Estado do Pará e ficarão em Santa Catarina. Ainda em SC, na cidade de Joinville, dos oito sobreviventes que estavam em um hospital, apenas dois continuam internados, os outros seis já foram liberados e também optaram por ficar na cidade do Sul.
Sendo assim, dos 13 sobreviventes que estão em Santa Catarina, apenas a mulher vai voltar ao estado de origem. Além dela, familiares que vieram reconhecer seus entes também retornarão neste voo. Os sobreviventes trazidos para Curitiba continuam internados.
IDENTIFICAÇÃO - A Polícia Científica e a Polícia Civil do Paraná atuam de maneira integrada e já identificaram 17 corpos, dos 19 que estão no Instituto Médico Legal (IML). Os papiloscopistas da Polícia Civil fizeram a identificação das vítimas através de exames necropapiloscópicos, processo pelo qual coletam as impressões digitais e realizam o confronto com padrões enviados pela Polícia Civil do Pará.
Outros dois corpos, de menores de idade, estão sendo identificados, pela Polícia Científica, por um processo mais complexo, o exame de DNA. “A forma de extração e de análise deste exame são mais complexos e assim que ficarem prontos enviaremos à Polícia Científica do Pará. Sendo assim, vamos liberar estes dois corpos, juntamente com os outros 17, àquele estado para que ele proceda com as deliberações finais”, explicou o diretor da Polícia Científica, Luiz Rodrigo Grochoki.
Este processo de DNA, segundo o diretor, foi necessário porque as vítimas não possuíam prontuário odontológico ou registro de identidade cadastrado. “Como parentes dessas crianças também foram vítimas do acidente, coletamos o DNA para verificar a identificação”, explicou Diretor do Instituto Médico Legal (IML), André Ribeiro Langowiski.
Ainda segundo o diretor do IML, a estrutura da Polícia Científica e a parceria com o Instituto de Identificação do Pará foram essenciais para a agilidade na identificação das vítimas. "Recebemos os corpos por volta de 15 horas, e às 19 horas já tínhamos feito todo o trabalho de necropsia, além disso, ainda ontem, com o trabalho dos papiloscopistas 17 vítimas fatais já tinham sido identificadas", disse.
INVESTIGAÇÃO - A Polícia Civil do Paraná (PCPR) está investigando o tombamento do ônibus de turismo. Um Inquérito Policial foi aberto para apurar o caso e está sob a responsabilidade da Delegacia de Delitos de Trânsito (DEDETRAN). As investigações continuam e em depoimento, um dos motoristas do veículo afirmou que os freios do ônibus teriam falhado em uma das curvas e que ele não teria conseguido parar na área de contenção.
Até o momento o outro motorista não foi localizado. Testemunhas, familiares das vítimas e envolvidos no acidente estão sendo ouvidos. A Polícia Civil segue realizando diligências e aguarda exames periciais para estabelecer as dinâmicas do acidente.